
Conforme os canadenses consomem os seus hambúrgueres, bifes, salsichas e asas, eles provavelmente não reflectem sobre como contribuem para esse sofrimento rotineiro. Neste momento, os animais sofrem com queimaduras de frio, a privação de alimentos e água e a morte por congelamento. E tudo é perfeitamente legalizado.
Quando questionados directamente, a maioria dos canadenses preocupa-se com o tratamento dos animais criados e mortos para a alimentação. Numa pesquisa de 2015 realizada pelo NRG Research Group, oito em cada 10 canadenses concordaram que os regulamentos de transporte de animais deveriam ser actualizados para diminuir esse sofrimento, protegendo os animais do clima extremamente quente e frio. Essas directrizes possuem mais de 40 anos e, obviamente, não reflectem os interesses actuais dos canadenses.
Condenadas pelos defensores dos animais como os piores no mundo ocidental, as directrizes de transporte de animais que vivem em fazendas no Canadá permitem um enorme sofrimento e isso fica claro em temperaturas extremas.
Os regulamentos são muito piores em comparação com os padrões europeus, onde as regras para o transporte estabelecem que vacas sejam transportadas por no máximo 14 horas antes de terem um intervalo e receberem água, em comparação com 52 horas no Canadá. Os porcos podem viajar até 24 horas em comparação com 36 no Canadá e as galinhas – as mais vulneráveis a ferimentos e à morte no frio – só podem viajar por 12 horas, em comparação com 36 horas no Canadá. Atualmente, os regulamentos europeus têm sido revisados para outras melhorias até o final deste ano.
Além disso, os veÃculos usados para transportar animais na Europa – onde as condições climáticas são tipicamente menos extremas do que no Canadá – são geralmente fechados, com ventilação mecânica e controles climáticos, para que as temperaturas não fiquem abaixo de 5 °C ou ultrapassem os 30°C. Há sistemas de alerta para alertar os motoristas quando as temperaturas dentro do veÃculo ficam nesses limites.
Recentemente, os grupos de direitos animais Toronto Pig Save e Toronto Cow Salve divulgaram vÃdeos em suas páginas nas redes sociais que mostram a chegada dos animais em matadouros, em veÃculos abertos e expostos, aponta o The Globe and Mail.
Em Great White North, não há normas quanto à s temperaturas nas quais os animais não podem ser transportados. A Agência Canadense de Inspeção Alimentar(CFIA) só oferece diretrizes para o transporte de animais no frio, mas não aponta nada sobre temperaturas especÃficas.
A CFIA estima que mais de 1,5 milhão de animais que vivem em fábricas chegam mortos após o transporte todos os anos. Em 2015, uma história sobre o maior matadouro do Canadá, Maple Lodge Farms, foi divulgada após o vÃdeo secreto do grupo de direitos animais Mercy for Animals, mostrar galinhas chegando quase congeladas no local.
Isso não provocou a actualização dos regulamentos para diminuir o sofrimento e a morte dos animais. Porém, os consumidores podem fazer a diferença e deixar de financiar as indústrias que causam esse sofrimento e optar pelo veganismo. Infelizmente, em Portugal, isso não é diferente e os animais também sofrem com o frio extremo durante o transporte para matadouros.
